Reportagem: Franklin Alves
No último mês de julho, a turma do 2º
período noturno do curso de Comunicação Social da UFCG recebeu a visita
do Tiago Ferreira, formado em letras/LIBRAS e deficiente auditivo.
Juntamente com o interprete Hebert Costa Rêgo, Tiago falou para a turma
um pouco da sua experiência e das dificuldades que o deficiente auditivo
ainda enfrenta na sociedade, e de como é importante o apoio da família,
para que eles possam quebrar barreiras.
Segundo o Tiago uma das grandes barreiras que o deficiente auditivo
enfrenta hoje em dia, é em relação à sua educação formal, pois a maioria
das escolas não está preparada para acolher alunos com necessidades
especiais, o que acaba dificultando o acesso dessas pessoas ao ensino
regular. Mesmo em estabelecimentos que possuem interpretes de LIBRAS
(Língua Brasileira de Sinais), é bem difícil para o aluno que é
deficiente auditivo prestar atenção no interprete e no professor ao
mesmo tempo.
Durante muita conversa e troca de experiências, foi percebido que há a
necessidade de mais políticas de inclusão dos surdos na sociedade, pois
pouco foi feito para que pessoas com esse tipo de deficiência se sintam
parte do meio em que vivem. Uma destas políticas seria a implantação de
mais escolas bilíngües para surdos, onde os alunos poderiam aprender a
linguagem de sinais ao mesmo tempo em que iriam aprender o português
formal, dando a estas pessoas um leque de possibilidades na sua formação
educacional, qualificação profissional e empregabilidade.
Foi discutido também que, tão importante quanto à vontade do
deficiente auditivo em aprender, é a o apoio da família e da sociedade,
na acessibilidade para que esse aprendizado aconteça da melhor forma,
para que juntos, eles possam quebrar barreiras e se reconhecerem como
pessoas capazes de mudar a própria realidade.
Depois do encontro, intitulado pelo próprio Tiago de intercâmbio
entre surdos e ouvintes, ficou no ar o desafio de como a comunicação
social, através dos projetos educomunicativos, pode colaborar com a
inclusão social e o exercício da cidadania, respeitando a cultura da
comunidade surda e desenvolvendo espaços educomunicativos específicos
para a surdez, que possam envolver o surdo, a família e a sociedade de
um modo geral, ou seja, muito trabalho vem por ai!
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